Antonio Penteado MendoncaAcontece entre 10 e 12 de outubro o 21° Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros. No final dessa semana, a Costa do Sauípe, na Bahia, será tomada por alguns milhares de profissionais direta ou indiretamente envolvidos com o setor de seguros, a maioria, evidentemente, corretores de seguros.

Realizado pela FENACOR (Federação Nacional dos Corretores de Seguros), o congresso deste ano chega renovado, com um desenho diferente, para ser mais eficiente na apresentação, análise e discussão dos vários temas que afetam o setor de seguros e não apenas os corretores.

É claro que o foco principal é a atuação do corretor de seguros e o seu papel no futuro. Atualmente, o corretor de seguros é o principal canal de distribuição de seguros do país, respondendo por mais de 80% da produção colocada nas seguradoras.

Este desempenho foi consolidado ao longo dos anos com o trabalho duro e cada vez mais profissional de dezenas de milhares de pessoas atuando como corretores de seguros em todo o território nacional. Graças a elas, o setor de seguros saltou de uma participação de menos de 1% do PIB para quase 6%, num período de pouco mais de 20 anos.

A atuação dos corretores de seguros abriu espaço para a diversificação dos produtos oferecidos à sociedade, especialmente o seguro de veículos, que até a década de 1980 era um produto marginal do mercado, então focado nos seguros de incêndio, transporte e vida em grupo.

Com o crescimento vertiginoso do seguro de veículos, o setor mudou de cara, se transformando num mercado focado em produtos de massa, portanto, muito mais próximo das necessidades da população.

Atualmente, os seguros de veículos e os seguros de vida em grupo ocupam as primeiras colocações entre as carteiras comercializadas no país. E esta posição foi conquistada e consolidada pela atuação eficiente dos corretores de seguros.

Com a chegada das novas formas de comunicação, notadamente as redes sociais e os aplicativos para celulares, além dos desenvolvimentos tecnológicos em todos os setores empresariais, é de se esperar uma nova transformação do setor de seguros e, consequentemente, é preciso analisar com cuidado qual o potencial do corretor frente aos novos canais de distribuição, que com certeza chegarão rapidamente para concorrer com eles na colocação, principalmente, dos produtos mais simples.

O futuro do corretor de seguros com certeza não está ameaçado, mas as transformações que afetam o mundo devem redesenhar a atividade. Quais os corretores que podem ter sucesso? Quais medidas devem ser implementadas para que tenham sucesso? Como será o relacionamento do corretor com as seguradoras e vice-versa? Quais seguros serão mais atraentes para o corretor? Será que as seguradoras nacionais têm interesse na venda direta? A internet será uma ferramenta de vendas no futuro próximo? Como se preparar para trabalhar os novos riscos, como as mudanças climáticas?

São perguntas com respostas complexas, mas essenciais para o setor se posicionar e para o corretor de seguros definir onde e como quer atuar.

Os corretores de seguros não são iguais, nem atuam da mesma forma, nem têm necessariamente o mesmo foco. Cada um sabe de si, do que gosta de fazer, do foco de seu negócio, da especialização nos diferentes produtos. Há os que querem ser generalistas, os que pretendem atuar em nichos específicos, os que preferem fazer parte de redes ou sistemas que apoiem os corretores de seguros.

Há os de grande porte, os médios e os pequenos. Quais suas chances dentro de um cenário em vários pontos inédito na história da humanidade? Como se posicionar diante de um segurado cada vez mais exigente e consciente de seus direitos? Como criar parcerias ou atuar com as diferentes companhias de seguros? Como selecionar os produtos?

São estas respostas que o 21° Congresso Brasileiro de Corretores de Seguros pretende dar. Quer dizer, ir para a Costa do Sauípe entre 10 e 12 de outubro é bem mais do que curtir o sol e o mar.

Fonte: O Estado de S. Paulo, em 07.10.2019